domingo, 14 de dezembro de 2008

EU VOU APRENDER A NADAR HANNAH, EU JURO.
EU VOU APRENDER!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

... na linha da pipa...

E o Outro voltou. Sem avisar, sem pedir licença, sem dizer uma só palavra.
Quando atendeu a porta Ele não sabia que o Outro é quem estava do outro lado.
5 anos em segundos.
- Posso entrar?
- Você quer?
- É o que sempre quis!
(...).
Na sala Ele não falava nada. Não conseguia levantar os olhos. Se abrisse a boca, o coração sairia por ela. Boca... Boca que sempre quis falar, mas não teve coração. Nem naquelas noites em que o Outro chegava bêbado, aberto, entregue... Ele o recebia. E do Outro Ele cuidava.
- Assustado? Também. Mas disse que um dia a gente se via... Aqui estou!
- Por que agora?
- Porque só agora encontrei.
- Encontrou?
- Encontrei você em mim.
(...).
- Não havia me encontrado e você fez com que eu me encontrasse. Foram anos de procura e apenas um dia para perceber.
- Por isso disse que não iria a minha formatura?
- Percebi que sua partida era inevitável. Você é inquieto, pertence ao mundo. E meu mundo começou a ser você e o seu era um outro.
- Você podia ter feito parte dele...
- Por que não me incluiu?
- Você já estava nele. Apenas não percebia.
- Não queria perceber.
- Nunca imaginei!
- Era o que mais queria.
Um silêncio se instala na sala. Aqueles jovens que se conheceram por acaso naquela cidade universitária, numa moradia estudantil onde cada dia é um novo dia porque a cada dia alguém chegava ou alguém partia, alguém escolhia outro lugar ou era escolhido por aquele. Era como ser um bicho fora de seu habitat natural tendo que conviver com outros bichos tão diferentes, numa jaula apertada onde à comida era a mesma, as ambições eram as mesmas, os sonhos eram.
Aquele era o espaço onde cada um se encontrava mesmo que esse encontro consigo mesmo fosse algo difícil, complicado. Nesse jogo de procurar se encontrando e encontrar se procurar, eles se conheceram num final de manhã. Ele sentira algo que o Outro veio a sentir depois.
- Por que mudou de repente?
- (...).
- (...).
- (...).
- Voc...
- Você sempre tão organizado, tão programado, tão longe, tão perto. Era estranho ver que a cada manhã um novo olhar se expressava. Um olhar que não sei..., era..., eu sentia, não sabia, não queria... aí você...
- Eu?
- Você!
- Nós.
- Eu estava lá, os olhos falavam, o corpo pedia...
- E eu não respondia...
- Ou não quis responder.
- Eu sabia o que sentia, mas achei que não devia me mostrar. Descontrolava quando você saía, sentia falta quando não estava. Fingia dormir pra você me acordar com água na cara. Passava noites vendo você dormir...
- Eu sei!
- Sabe?
- Eu vi.
- E?
- Fazia o mesmo. Queria um toque seu, mas perceber o que em mim acontecia era estranho, era novo... Eu nunca senti isso por ninguém.
Ele quer falar. O Outro continua.
- O dia em que fui mais feliz foi naquela tarde em que só nós dois estávamos em casa...
- Sem nada pra fazer...
- E você me chamou pra soltar pipa, lembra?
Risos.
- Você nem sabia o que era uma pipa. O menino rico nunca brincou de soltar pipa.
- E fomos para o quintal e das sacolas de lixo fizemos o molde, as varetas surgiram do “roubo” ao muro alheio. Rabiola, risos, faca, contato, risos, faca, jogo, empurrões, vento, muito vento...
- Sinto como se fosse agora...
- E depois da obra feita faltava o principal: dar vida à obra.
- E não tínhamos linha.
- Então você surgiu com a idéia mais deliciosa que a criança que mora aí podia ter.
- Vamos fazer de linha o fio dental?
E o fio dental que mal acabara de ser adquirido virou linha para a pipa. E naquela tarde de sol em que parecia ventar mais que o normal, a pipa de sacola de lixo voava no céu de agosto embalada pelo fio dental. E um silêncio se instalou. Quanto mais a pipa se perdia no azul mais compenetrados eles estavam. Ele começou a cantar uma música que o Outro adorava. Ele chegou perto do Outro, pôs as mãos em seus ombros e cantou baixinho em seu ouvido. Cada nota fazia o Outro soltar mais linha. A pipa sumia na imensidão. Ele pára de cantar e no ouvido do Outro sussurra: “Aquela pipa é o seu sonho, ele está em suas mãos. Basta você não deixá-lo escapar”.
O Outro solta o fio dental e corre para o quarto.
Ele fica paralisado vendo a pipa se tornar um risco no céu. Canta como nunca cantou. Mas seu canto é interrompido por um balde de água fria.
O Outro adorava molhar Ele. E Ele adorava ser motivo de chacota do outro.
A guerra de água e risos terminou com o cansaço de dois corpos molhados ao chão. Diálogo sem palavras. Os gestos, a respiração, os risos, o jogo.
Vão se secar. Pela primeira vez Ele vê o corpo nu do Outro. Ele sentia que o vento dominava seu quarto, seu corpo, o instante. O Outro sem dizer uma palavra seca a cabeça d'Ele, tira-lhe a roupa, enxuga-o. Apenas cuidar do que é seu.
Secos eles deitam. O Outro quer ver os olhos d’Ele. Fingem dormir. Por dentro um encantamento profundo. Dentro deles, naquele momento, morava Deus.
- Hoje venta como aquele dia.
- Esse vento que me trouxe.
- Veio soltar pipa de novo?!
Do quintal os risos relembravam a adolescência. Faca, sacola, lixo, faca, risos, vento, jogo, faca, vento... Tudo como antes. Mas para Ele havia uma nova música no ar.
- Como antes?
- E por que não!?
Risos.
O jogo se iniciara novamente. Durante o jogo os homens se colocam inteiramente mostrando quem realmente são. No jogo o homem está presente com seus medos, anseios e fraquezas. No jogo você se reconhece. Sabe se vai perder, se vai ganhar. E nesse momento de explosão interna você escolhe se quer perder ou ganhar. Porque no jogo, a escolha é sua.
Ele volta. O Outro lá não estava mais.
Ele ouve novamente no ar a nova música. Uma música que não era a mesma que cantou aquela vez. O vento era mais forte que antes. As sacolas, as varetas, a faca continuavam no chão. Todo o material utilizado na confecção da pipa estava lá.
Mas o SONHO, não.

Emerson de Paula
Setembro de 2005

domingo, 7 de dezembro de 2008

Hoje me encontrei com a degradação humana.
Como é triste ver, sentir, perceber que tudo é apenas um segundo.
Que estou fazendo para conseguir mudar minha história???
Corro, corro na direção de minha vida e não sei qual caminho seguir...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Antes que seja tarde

- Sufocado?
- É.
- Eu é que me sinto sufocada! Quanto mais eu quero saber menos você quer falar. Isso me faz mal!
- Eu me sinto mal.
- Você me ignora...
- Você não dá tempo da gente te buscar.
- Mas eu te quero, quero poder...
- Poder viver nossa vida.
- (...).
- Você não dá tempo pra sentirmos saudade. Você não dá tempo de te darmos carinho ou de querermos.
- Você é contra mim.
- Sou contra o que você quer que eu seja.
- Mas você não era assim...
- Sempre fui. Você é que não percebia.
- Sua ausência me causou sufoco, sufoco virou angústia, angústia...vazio...
- Não sou o único.
- Mas é diferente!
- Não sou o melhor.
- Mas é próximo!
- Não sou seu.
- Mas é...
- Não sou.
- É.
- Sou aquilo que desejo.
- Te desejei sempre o melhor!
- O seu melhor.
- O que é melhor pra todos!
- Todos? Sou eu.
- E eu sou você.
- Você não tem que ser eu. Tem apenas que aprender comigo.
- Você não me ensina!?
- Você não se permite aprender.
- Não é preciso mudar...
- É preciso você, se adequar.
- Assim é como quero.
- Não sou o que devo ser. Sou o que quero ser.
- E o que você quer ser?
- Você.
- Eu?
- Sim. Mas ao contrário.
- Ao contrário?
- Quero nascer quando você termina e terminar como você nasceu.
Sai fechando a porta.
Muda, a mãe chora como sempre chorou.
Mas hoje havia um motivo. Não queria entender a mensagem. Queria ser ela a mensagem.
Levanta.
Apalpando as paredes ela chega ao quarto. Procura a cama, retira o lençol e deita.
Só, ela ri por dentro porque no rosto lágrimas não mais havia.
Por uma fração de segundos a mãe vê aquele que sempre amou.
Por uma fração de segundos a mãe vê a escuridão.
Horas mais tarde o filho volta.
Fechando a porta ele sente o que sentiu há dez anos atrás. Vai ao quarto e vê que a mãe agora era menina.
O filho embala a criança e em seus cabelos lhe deposita uma flor.
Flor que só ele vê!
Flor que sempre quis ofertar, mas não houve momento. Ou não buscou esse momento.
Beijando-lhe a face, o filho deixa o quarto. Deixa a casa.
Na noite ele ri. Como se fosse a última risada...
Por dentro um choro contínuo sufocava-lhe o peito e rasgava-lhe a alma.
Tardiamente, a mãe, habitava-lhe.

FIM
EMERSON DE PAULA
Janeiro 2006

sábado, 15 de novembro de 2008

Acabou!!!!
A vida não tem ensaio.
CHEGA!!!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Codi e Canó

Codi nasceu definido. Pernas fortes, bom de bola, astuto, matreiro, menino com cara, jeito, corpo de homem.
Canó também nasceu definido. Pernas roliças, gostava de bola, via cores onde ninguém via, pássaro no corpo de menino.
Codi viveu sua vida. Canó também viveu a sua.
Codi já tinha visto Canó algumas vezes. Canó também havia visto Codi. Mas essas poucas vezes, o máximo que aconteceu foi um repudiar o outro.
Num esbarro da vida Codi conhece Canó. Num esbarro da vida já estavam rindo. Num esbarro da vida ambos se conheciam de outros tempos. Daqueles tempos em que não sabemos contar. Só sentir que existiu.
Canó desde o primeiro instante viu o pássaro no corpo menino de Codi. Mas para Codi seu corpo nem existia.
Canó via que Codi não se via. Canó sentia, mas muitas vezes não conseguia mostrar a Codi o que ele via. Canó sentia que cada vez mais deveria confiar em Codi.
Codi e Canó vão se permitindo atritar e a cada atrito um amor inimaginável preenche os dois.
Num outro esbarro de vida Codi tem que se afastar de Canó. Canó entende, mas não deixa Codi a margem.
Codi e Canó crescem e o mundo chama os dois. Ao mesmo tempo, as mesmas oportunidades, as mesmas escolhas. Canó com unhas e dentes, agarra as curvas da vida e desbrava-se a procura do desconhecido.
Codi se fecha, titubeia, também percorre caminhos que só mais tarde percebe o que eles significam. Caminhos muitos não escolhidos, mas aproveitados.
Codi e Canó durante todo o tempo sempre se comunicavam, pois um não esquecia do outro. Canó fazia sua parte e mesmo a distância fazia Codi esquecer a realidade e viajar num caminho de cor. Quando se encontravam Codi sentia que Canó alimentava sua alma, pois a alma de Canó sempre fora vadia.
Muito tempo passara. Idas e vindas, encontros e desencontros. Canó seguia sua vida, mas sempre pensando em como estava Codi.
Codi tentava se encontrar, mas se perdia em meio aos seus pensamentos que não ganhavam movimento. Codi esbarra na vida. Codi se apaga. Codi começa a passar pela vida.
Canó sente que é hora de voltar e num esbarro de vida reencontra Codi. Aquilo que é sagrado nunca se rompe, pois aquilo que é puro, sacraliza-se.
Canó faz Codi passar sua vida em segundos.
Canó não permite a Codi se acomodar.
Canó vê então que agora está preparado para fazer aquilo que sempre tentou, mas não conseguiu. Canó apenas continua a acreditar em Codi e este resolve embarcar nas asas de Canó.
Codi renasce, revive, reinventa, refaz. Tudo porque Canó acredita em suas palavras, em seus sonhos, em sua alma. Codi passa também a ouvir sua própria alma.
Canó também renasce, revive, reinventa, refaz. Canó ama Codi. Mas Codi ama Canó muito mais.
Codi e Canó se reencontram, se redescobrem, se redefinem. Se permitem ser. Várias emoções transitam pelos dois, vários lugares, várias pessoas, vários encontros, descobertas, surpresas, estranhamentos. Eles aproveitam tudo até que o mundo dos homens pressiona Codi e ele começa então a tentar dialogar com os dois mundos a que pertencia.
Era tão fácil ter um mundo só!
Canó não entende o jeito de Codi. Mas é paciente e percebe que tudo é processo.
Mas as escolhas não terminam. Escolhas são adiadas, mas nunca interrompidas.
Num esbarro de vida Canó estende suas mãos. Num mesmo esbarro Codi deixa suas mãos caírem.
Canó segue sozinho sua história sabendo que Codi sempre fará parte da sua.
Codi esbarra em sua própria história, pois não consegue escrever sua história do jeito que deveria.
Canó segue e de longe tenta escrever algo para si e para o outro.
Codi a tudo assiste, mas novamente esbarra na vida: ele não aprendeu a ler.

EMERSON DE PAULA
DEZEMBRO 2007

Voz Nua.

À” menina mulher da pele preta e sorriso branco” que nasceu no dia 09/11.

Ela cantava.
E seu canto enchia não só o banheiro como sua casa, a rua, o bairro, a cidade... O espaço!
Nunca soube ao certo quem era, o que queria, quem queria, onde queria estar. Apenas sabia cantar.
Dizia que nasceu para ser fruto e não semente.
Cantava com um cheiro de maçã, um cheiro de prazer!
Um dia a menina resolveu encontrar respostas para suas perguntas. Criou asas, voou alto, mas não pousou. Queria encontrar aquilo que poderia ser o motivo de seu canto.
Ele a encontrou.
E a fez voar mais alto. Alimentou sua existência. A fez chorar, a fez pensar... A fez cantar!
Quando pousou percebeu que o ninho já não mais lhe pertencia e que era momento de abrir aquilo que nunca foi aberto.
Às vezes não percebemos quando as coisas devem ser abertas, mas precisamos saber que nem tudo que se abre se fecha. Muitas vezes fica - se um vão. Por este vão passam coisas que nunca se vão; elas sempre entranham. E quando entranham a voz se cala.
A menina ouve o canto de sua alma e resolve fazer daquele vão sua música.
Vai cantar tudo a todos.
Vai cantar para se encontrar, aventurar para cantar, cantar sem dançar. Em busca do canto perfeito!
A voz repleta de nódulos resolve despir-se. A menina, agora, tem uma voz nua.
Nua!
Repleta de nada. Nada! Nada! Nada!
É nessa nudez que ela um dia procurou encontrar a forma de cantar o silêncio. Silêncio que sempre habitou seu ser.
Ontem a vi cantando para a lua.
Um canto profundo, sincero, canto de filha pra mãe. Um canto que só ela entendia. Um canto com voz verdadeira de uma mulher, não mais uma menina.
EMERSON DE PAULA
NOVEMBRO 2005

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Ninho Cabelos De Mar

Ninho... Menino... Pequeno.
Assim é que todos viam o rapaz de olhos sempre marejados e que tinha cabelos com ondas de mar.
Ninho viveu muito tempo sem se ouvir, sem saber pra onde ir, sem se permitir buscar sem ter medo de perder ou errar.
Vivia num ninho. Ninho que lhe acalentava, ninho que acariciava, mas não protegia.
Cabelos de mar... Cabelos apelidados por sua mãe que sempre via nas ondas capilares o redemoinho de idéias de sua criação. Iemanjá entende do mar, entende o respeito ao mar. Mas ela não pode mudar correntezas. Ela apenas ilumina para que seus filhos tenham força para enfrentá-las.
Iemanjá mãe sofre ao ver que Ninho abriga constantemente olhos marejados de lágrimas que vivem presas.
Iemanjá resolve sair de cena e deixar que Iansã, sua irmã, com a força dos ventos mude a rota das ondas contidas no mar cabelo de Ninho.
E no correr dessas águas perdidas em meio ao vento o desconhecido faz-se presente.
Por seus olhos passaram mundos, desejos, vontades, coisas que ele não entendia, mas eram suas. O que é da gente não adianta negar. Demora mas acontece. O peito começou a rasgar e Ninho decidiu voar.
Voou sem pressa, sem destino, sem...
Um vôo de um corpo em seu próprio corpo. Um corpo lindo que guarda em si a essência do belo, a essência do novo, a essência da troca mas também da busca constante.
Naturalmente!
Ninho perde-se nas águas do tempo.
E o tempo não passa para aqueles que decidem se ouvir. Ouvir o que a gente tem a dizer é algo misterioso. As palavras certas são ditas sempre.
O desconhecido torna-se comum. Torna-se presente.
Ninho menino cabelos de mar não retorna pois ainda é começo. Ainda é desencontro, ainda é...
De um ninho ele não mais precisa. Não para se proteger. Para descansar. Para entender o presente para se reencontrar mais adiante.
Cabelo de mar..., águas doces de olhos brilantes, alma de vento...
Ser complemento realmente é para poucos.
Mas isso ele não sabe.
Ainda não é hora de voltar.

Novembro 2008

“Da raça da pedra dura”

O que Ele queria aconteceu.
Queria alguém que o quisesse.
Conheceu então alguém que o queria.
Mas não adianta só um querer.
Ambos têm que querer.
O querer de um era maior que o querer do outro.
Ele não sabia o que queria.
Ou queria não saber...
Desde o primeiro encontro Ele não sabia se queria.
Querer é algo contraditório.
Às vezes se quer, mas quando se tem, julga não merecer ou querer algo mais.
O que é que Ele quer?
Não sabe...
Ou tem medo de saber.
A sensação já não é mais a mesma.
A vontade de estar só já é normal.
Ele não quer Outro alguém.
Ele quer um Alguém porque de alguém Ele já é.
Isso de querer ser aquilo que não se é pode nos levar a não ser quem se é realmente e nem a querer aquilo que realmente se quer.
Ele quer!
Mas não consegue querer o Outro!
O desejo do Outro é SER/TER/VIVER Ele.
Ele quer só a si.
Na verdade Ele quer não querer.
Ele, na verdade, não queria sempre querer aquilo que nunca terá.

EMERSON DE PAULA
Julho 2006.

Em mim...

Por que veio ao mundo?
Responder parece impossível.
Mas a resposta está pronta.
Uns vem para amar.
Outros vem para ser luz.
Outros vem para perder.
Outros vem para ajudar.
Sinto ter a missão de fazer os outros sonharem. Sonharem e viajarem de si para si. Sinto ter vindo aqui para crescer, mas com o outro.
Sinto ter a missão de mudar o em torno e instaurar o caos na ordem.
Sinto, sinto muito. Apenas sinto e muitas vezes nem sei o que sinto. Sei que sinto o ar de uma maneira diferente, sinto o vento como se fosse meu. Sinto um rio correr em mim.
Amo.
Amo demais.
Amo intensamente.
Amo tudo, amo todos, ansio-me por querer, por existir.
Em mim passa uma caravana.
Em mim o desconhecido faz-se presente.
Em mim a vida grita.
Em mim...

2007